Trindade tem debate acalorado

Helena Carneiro Leão observa relato da conselheira tutelar Suely Batista

Trindade – O papel da família em livrar os adolescentes do uso de drogas, do consumo abusivo de álcool e da exploração sexual. Esse tema marcou o debate após a exibição do filme “Pela Vida… Pelo Tempo” neste município do Sertão do Araripe, última cidade visitada pela equipe 1 da Caravana Cremepe/Simepe 2011. A discussão em Trindade foi a mais acalorada das oito cidades visitadas pela equipe em função do público presente: a maioria dos cerca de 150 presentes eram professores, servidores da secretaria municipal de Saúde, representantes do Conselho Tutelar e até policiais.

A conselheira tutelar Suely Batista Pereira apontou “negligência” de pais na cidade em vários casos acompanhados por ela. Segundo Suely, o Conselho Tutelar tem dificuldade de encaminhar à assistência médica e social adolescentes que usam drogas ou são vítimas de exploração sexual, por que os pais encaram o trabalho do Conselho como uma afronta ao pátrio poder. 

“Eles não admitem reconhecer que o filho usa drogas, abusa do álcool ou é vítima de abuso. Além do mais, acham que estamos nos intrometendo. Quando os procuramos, eles dizem: ‘isso não é problema seu’. Isso dificulta muito nosso trabalho”, afirmou ela.

A professora Juliê Javes de Oliveira, da Escola Estadual Gil Ney Lins de Alencar, corroborou as afirmações da conselheira. “As próprias famílias não deixam que o Conselho Tutelar encaminhe os casos para tratamento ou para o Ministério público. Os pais não aceitam que tem um filho ou uma filha com problema em casa”, disse.

Assim como na cidade vizinha de Ipubi, conselheiros tutelares de Trindade também informaram que comerciantes locais não observam a proibição da venda bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes.   

FISCALIZAÇÃO 

A equipe de fiscais vistoriou a Unidade Mista de Trindade, verificando que toda uma ala destinada a partos está em reforma, devendo ser inaugurada dentro de 10 dias. Mas o médico fiscal Sylvio Vasconcellos advertiu da necessidade se instalar coleta seletiva de lixo, principalmente quando a sala de parto estiver em funcionamento. Vasconcellos verificou que, mesmo com a reforma no prédio, a gestão da unidade não contemplou a estruturação de coleta seletiva.

Já a médica fiscal dos PSFs, Tilma Belfort, encontrou em Trindade o mesmo quadro verificado na maioria das cidades visitadas pela Caravana no Sertão do Araripe: eles atendem um número de famílias maior que o teto estipulado pelo Ministério da Saúde, de 1 mil famílias por PSF.

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